domingo, maio 22, 2011

Um pouquinho de respeito

E nao é que nesse mundo tem cada
vez mais gente e cada vez menos pessoas?
Naquele um mês antes de saber que estava grávida, conquistei o emprego dos meus sonhos, um não, dois empregos!
Pela manhã e esporadicamente fazia a gravacao das áudio aulas para a faculdade, sempre quis trabalhar em rádio e isso foi o mais perto que consegui chegar, uma delicia, fiquei praticamente a gravidez toda gravando. Todos os dias a tarde, tudo o que eu sempre quis: Um chefe muito legal, uma equipe muito legal, um espaço de trabalho lindo, enfim, nada como trabalhar em uma ong que lida com histórias de vida. Sim, eu trabalhei no Museu da Pessoa, lá descobri minha vocação: Edicão de vídeo. Ah... eu poderia passar o resto da minha vida fazendo isso!! Pena que era estágio e como tudo que é bom dura pouco, durou 6 meses, o tempo suficiente pra eu ficar beeem barriguda e passar o resto da gravidez em casa de pernas pro ar esperando...
Tudo era ótimo, com uma exceção: o trajeto.
Grávidas que não tem carro e nem grana pra ir de táxi sabem do que estou falando.
Ficar grávida em uma cidade superlotada não é legal.
No começo da gravidez minha vontade era de pintar na testa: ESTOU GRAVIDA!! bem grande, em vermelho, igual quando vc passa na faculdade sabe? Ou escrever na camiseta, usar um bottom bem grande pendurado, enfim, qquer coisa que indicasse que havia uma vida dentro de mim.
Mas não, eu não fiz nada disso, e passei os 9 meses seguintes tentando conseguir um lugar pra me sentar no ônibus. No início ainda foi pior, o cansaço, o calor infernal, aquele monte de gente respirando um ar viciado, dava uma tontura, uma sensação de que eu ia cair ali mesmo... e o povo não liga, não ta nem aí... afinal cada um com seu cada qual, não é mesmo?
Eu já briguei muito por lugar de grávida, mas quando não era eu a grávida. Eu tenho dessas, adoro tomar como minha a dor dos outros, mas quando foi comigo parece que a coragem sumiu, não sei, acho que grávida fica meio sensibilizada...
Mas quando alguem toma suas dores pq percebe que aquela barriga não é de chopp, o outro que estava sentado ainda responde: Nossa! eu nao percebi, era só ter avisado!
AVISADO??? entao tá, na próxima venho com a minha placa pendurada no pesoco: TO GRÁVIDA, LEVANTA! ta bom assim pra vc?
Eu sempre fui uma pessoa que preferia andar em pé e deixar o assento preferencial vazio para que não tivesse que ficar na dúvida se aquela mulher está ou não grávida, se ela estivesse que se sentasse sem ter que me AVISAR entende? eh muito simples, se vc não consegue distinguir uma barriga de chopp de uma barriga de grávida evite tal constrangimento e deixe o assento vazio!
pois eh... mas a historia nao acaba por ai... tem os idosos que como já passaram por muita coisa nessa vida, não têm papas na língua (ai como eu queria ser assim tbm!) e pedem o lugar, mas as vezes pedem o lugar pra nós, pobres grávidas, com barriga ainda pequena, ai ai... Lá se vai o assento que conquistei, sim pq eu não consigo deixar uma senhorinha em pé enquanto eu fico sentada, não da!
Foi então que uma grande amiga me deu a melhor dica pra esses problemas: Sempre ande com uma revista, dessas de bebê, na mão!
E nao é que funcionou?! daquele dia em diante eu a minha revista sobre bebês não nos separamos nunca mais, assim que entrava no ônibus, abria a revista e ficava com a capa bem escancarada e apoiada na barriga, pra todo mundo ver, e em pouco tempo e um pouquinho de sorte alguém dava o lugar pra mim.
mas não pense que isso funciona sempre, acho que ainda tem gente que acha que nasceu de chocadeira.
Fica a dica.